quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Sem sentido

Abro os olhos e percebo o vazio. Busco alguma coisa pra prender minha atenção e percebo que não sou eu que estou vazio, mas o mundo. Analiso cada detalhe de tudo que sei. Vejo que tudo não passa de um papel de seda muito colorido e bonito, mas se cair uma gota de água é o suficiente para dissolve-lo. O mundo é isso, aparencias, fazem com que tudo pareça normal e em sintonia, mas no fundo é um poço de águas profundas e que ninguém jamais viu o fundo. Tento preencher esse vazio e entro num redemoinho de idéias tortuosas e as vezes sem sentido.

O que tem sentido?
O que tenho sentido?

 Acho que não posso seguir esse rumo, meu raciocionio trava, minhas palavras ficam absortas.

Tramo algumas ideias e a linha de raciocínio embola, tento desembolar, mas me perco em devaneios.

Divago por muito tempo, sobre isso ou aquilo e ainda assim, não encontro solução para o novelo de linha embolado que são minhas ideias, como um gato distraído tentando puxar a ponta do novelo, fico por dias, meses, anos ou uma eternidade. Quando dou por mim as pontas estão em minhas mãos, o novelo desembolado e nem sei como consegui, quais meios usei para isso.

E as pontas são; uma o problema e a outra a solução, que desembolei sem jamais perceber que o fiz ou ao menos como o fiz.

Até que eu resolva desenrolar o novelo novamente e partir ao mesmo ponto que sempre estive.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O dia do perdedor

Um dia você acorda e percebe que você é um completo perdedor.
seu fuso horário nunca bate com as necessidade de suas tarefas sociais ou profissionais, nem mesmo com suas "funções" emocionais.

Seu despertador toca e você olha para ele, e se pergunta: Vou acordar e fazer o que "tenho que fazer" ou vou continuar deitado sendo um perdedor?

E a resposta é óbvia demais.

Levanto na hora que meu cérebro resolve funcionar e então ele grita; SEU BURRO!
Já era pra você ter saindo de casa! Tarde demais. Daí pra frente é só mais um dia que se sucessede com pequenas catastrofes que sucessivamente sintetizam o meu status de perdedor.

Perco a hora, perco o onibus, perco o trem, perco o ponto, perco o emprego, perco o marido, perco meu tempo tentando saber porque eu sou tão perdedor.

E por fim, perco a fala.






Só recupero quando é tarde demais, tarde para acordar, tarde para chegar em qualquer lugar. E assim o dia se sucede com sucessivas suceções de acontecimentos que não sessão.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Estou me sentindo no fundo do poço, parece que estou boiando com tudo que é resto. Tudo que ninguém quer mais e descarta ali, naquele buraco, descarta num lugar, onde aquele resto todo não possa nem mesmo incomodar os olhos de quem por ali passa.

Sinto-me fraco, é como se toda a felicidade e vida que havia em mim estivessem sumindo bem rápido. Não tenho forças nem pra falar. Emudeço-me.

Ouço com muita lentidão as engrenagens de um mundo funcionando a todo vapor. Tudo parece como uma máquina e estou fora de seu sistema complicado. Sinto-me como um parafuso que não serve para as porcas dessa grande máquina.

Esta cada dia que passa mais insuportável viver. Isso seria uma frase digna de um dramaqueen, mas quem me dera fosse só um drama, uma trama de uma historia em um livro carregado de sentimentalismos baratos. Meu sentimentalismo sim é que é barato. Eu sofro.

Sou um organismo vivo em um corpo estranho, estou sendo atacado pelos anticorpos da humanidade. Preciso ter um fim.

Construo minha vida com muros de açúcar, muros imenso que gasto toda minha força pra fazê-los, mas de que adianta se no fim minhas lágrimas derreterão todo o muro. Um trabalho de uma vida jogado pelo ralo.

Sinto-me sem forças, incapaz e deslocado. Os sons a minha volta se tornam ruídos e me incomodam. Quero gritar, mas ninguém me ouve. Quero chorar mais não vai tirar de mim toda essa dor.

Dói-me o corpo a alma e o espírito. Preciso de um fim, não me importa mais qual, preciso muito de um fim.

-----------------------------------------------------[ Marllon Souza ]

terça-feira, 28 de julho de 2009

Um dia eu resolvi morrer, quanto tempo faz, isso já não é mais tão importante. Quando descidi que eu precisava dar um fima minha vida, mal eu sabia que daria fim a ela várias vezes.
Morri muitas vezes e em cada uma delas, como que por azar, resurgi das cinzas como a fenix.
E era só um fim que eu queria, mas nem isso eu soube fazer direito.
Minha primeira morte, sem eu saber ao menos o que era vida, foi ao nascer. Essa é uma morte que todos temos, mesmo sem escolher. Nasci cheio de vida e a caminha da morte, cada dia um pouco de vida a menos, cada hora que eu vivia era uma hora mais próximo da morte.
Meus primeiros contatos sociais, eram suicidas. Eu implorando até então por viver e todos me matando com suas atitudes. Infância sofrida, cheia de preconceitos e barreiras, agora você esta pensando, que sujeito idiota, todo mundo acha que a própria infância foi algo do tipo. Talvez seja assim pra todos, mas pra mim isso era questão de honra. Apanhar por ser diferente, ser rejeitado, taxado, criticado, isolado e o escambal a quatro.
Era pra eu ter crescido uma pessoa mais esperta, mais cautelosa. Os acontecimentos deveriam ter me feito mais forte, mas ao contrário do que dita as regras, eu cresci, fraco, cansado, melâncolico e burro.
Quando eu soube que era preciso morrer, já tinha idade suficiente pra conseguir, mas não tinha coragem pra isso.
Minhas mortes foram tomando formas, cores, definições e focos. Morria por pouco ou por nada. Morria por acreditar, morria por doar, morria até quando não era necessário morrer.
Com o tempo até viver era igual a morte.
Minha covardia de executar minha vontade sempre foi grande, tentei a morte de maneiras sutis, porém não fizeram efeito. Não o efeito que eu precisava. Resolvi beber, fumar, não dormir e chorar. Mas a bebida era lenta demais e minha paciência com a vida não era tanta. O cigarro me mataria, mas antes eu teria que sofrer, um pouco mais. Cada noite não dormida era um dia a menos de vida, já deixei de dormir mais de 356 noites e até hoje nada. Chorar tiraria toda a água do meu corpo e me daria cede e eu covardemente iria abrir a primeira torneira que visse pra saciar minha cede.
De tanto calcular minha morte fiquei cego. Não via que a solução estava na minha mãos.
Eu só precisava amar e isso é coisa que faço bem.
Resolvi então dar ouvidos ao meu coração, afinal de contas a razão não é meu forte. E a partir de então amei. Como não fizera até então. Amei como se fosse a ultima coisa que fosse fazer. Amei, tanto que percebi que já não era mais preciso morrer. Porém eu já havia envenenado meu corpo.
Já tinha encontrado o caminho da morte.
Meu amor se separou do meu coração. Agora sou apenas carne e osso, esperando a morte chegar.
Sinto cada minuto um pouco da minha vida se esvaindo de mim. Sinto cada gota de vermelho que se torna aos poucos turva e negra.
Sinto cada molécula que um dia teve vida, ser destruida pelo amor que eu deixei tomar conta do meu corpo.
Como em um jogo, cada célula era atingida por um projétil. Cada pedaço de mim era esvaziado de mim mesmo e preenchido com aquilo que se todos chama amor.

terça-feira, 5 de maio de 2009

'' ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.''

[arnaldo jabor]
Nunca confie em alguém que tenha mais de 5 anos
Nunca confie na sua sombra
Nunca confie no amor
Nunca confie em alguma coisa que depende de mais que uma pessoa (você) pra acontecer.
Nunca confie em palavras
Nunca confie em nada essa é a melhor solução.