domingo, 22 de junho de 2008

enquanto tudo parece derreter

senti que meu castelo estava a perigo, e minha sensação
de desabamento não era falsa,
agora nem sei como faço pra continuar
estou doando um coração, bambo, machucado
frágil, estou doando, antes um coração abalado do que a falta de um coração.
mais um dia de solidão, de chá, de tristeza
mais uma noticia fincada no meu coração
esta todo perfurado, parece um voodoo, cheio
de alfinetes e agulhas fincados
cheio de cor saindo, esvaindo
e agora esta tudo pelos ares
mais uma noite cai, mais algumas lágrimas também
e eu caio, desabo
derreto e permaneço intacto e intocável
porque daqui a pouco começa tudo de novo
quero um chocolate quente
o chá não ta me esquentando
preciso de algo mais forte, um pouco de vodka por favor
ou talvez um absinto, pra ver como me sinto
pra ver se me sinto assim em preto e branco
ou em branco apenas, mais uma pagina arrancada
mais um vazio pra preencher, como?
talvez um pouco de tinta vermelho
tinta das minhas veias
gotas, gotas, gotas
assim não vai dar, abra a torneira
deixe a água cobrir meu rosto no fundo da banheira
deixe a água lavar a tela que pintei em agonia
e desespero
estou bambo, minhas pernas não podem mais agüentar
será que ninguém entendi isso?
não minta, não sou tão especial assim
senão ficarias comigo, até o fim
até que todo sangue jorrasse
fique mais um pouco, ao menos até
que eu não sinta mais suas mãos em mim
até que eu não sinta mais seu cheiro
seus pelos no meu corpo
seu suor pingando no rosto
até que tudo seja escuridão
fique mais um pouco até que esteja mais gelado
fique do meu lado
não sou tão má companhia assim
fico caladinho, prometo nem dar um ultimo suspiro
só não sei se agüento sua ausência
não agüento mais uma noite
em que tudo parece derreter
faz 40 graus, de frio
e eu derreto ou congelo
gelo
e você nem me deu um beijo de despedida

sábado, 21 de junho de 2008

de cinco em cinco minutos olho pra algo que não posso ver
e a alegria que meu coração sente faz meus pensamentos entrarem em conflito
parece que tudo que construo tem como base frágeis palitos de dente
e qualquer brisa derrubará todos meus sonhos
é como um castelo de cartas
cada peça acrescentada é um alivio e uma agonia pela próxima
e a qualquer momento tudo vai desabar
e de cinco em cinco minutos olho para um relógio,
olho para o tempo que não passa, para o fim que não chega
como vou poder esperar tanto tempo se passar para ter um final feliz?
eu não quero que o final seja feliz
quero que o meio seja
na verdade tudo isso na minha cabeça parece com minhas pilhas
e pilhas de cadernos, livros e papeis, que acumulo durante minha vida
sem ordem, sem valor, sem nada
e de cinco em cinco minutos aguardo um chamado
uma mensagem, um sinal de que toda minha agonia nada mais é do que
coisas da minha cabeça, e o final feliz?

segunda-feira, 2 de junho de 2008

pueteando

e finda
e recomeça
e finda e recomeça
e finda e recomeça e finda
e recomeça e finda e recomeça e finda
e recomeça e finda e recomeça e finda e recomeça e finda
e recomeça e finda e recomeça e finda e recomeça
e finda e recomeça e finda e recomeça
e recomeça e finda e recomeça
e finda e recomeça
e finda

eta vidinha mais ou menos
menos
menos paciencia
menos
menos coração
menos
menos tudo
menos
menos nada
nada
tudo
coração
repito
repito
repito
repito

e finda e recomeça

repito

pito
trago
solto
solta
toda

repito


contra-mão
mão
dedos
unha pelos
pele poros
sangue
água
rio

repito

quer que eu repita?