quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O dia do perdedor

Um dia você acorda e percebe que você é um completo perdedor.
seu fuso horário nunca bate com as necessidade de suas tarefas sociais ou profissionais, nem mesmo com suas "funções" emocionais.

Seu despertador toca e você olha para ele, e se pergunta: Vou acordar e fazer o que "tenho que fazer" ou vou continuar deitado sendo um perdedor?

E a resposta é óbvia demais.

Levanto na hora que meu cérebro resolve funcionar e então ele grita; SEU BURRO!
Já era pra você ter saindo de casa! Tarde demais. Daí pra frente é só mais um dia que se sucessede com pequenas catastrofes que sucessivamente sintetizam o meu status de perdedor.

Perco a hora, perco o onibus, perco o trem, perco o ponto, perco o emprego, perco o marido, perco meu tempo tentando saber porque eu sou tão perdedor.

E por fim, perco a fala.






Só recupero quando é tarde demais, tarde para acordar, tarde para chegar em qualquer lugar. E assim o dia se sucede com sucessivas suceções de acontecimentos que não sessão.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Estou me sentindo no fundo do poço, parece que estou boiando com tudo que é resto. Tudo que ninguém quer mais e descarta ali, naquele buraco, descarta num lugar, onde aquele resto todo não possa nem mesmo incomodar os olhos de quem por ali passa.

Sinto-me fraco, é como se toda a felicidade e vida que havia em mim estivessem sumindo bem rápido. Não tenho forças nem pra falar. Emudeço-me.

Ouço com muita lentidão as engrenagens de um mundo funcionando a todo vapor. Tudo parece como uma máquina e estou fora de seu sistema complicado. Sinto-me como um parafuso que não serve para as porcas dessa grande máquina.

Esta cada dia que passa mais insuportável viver. Isso seria uma frase digna de um dramaqueen, mas quem me dera fosse só um drama, uma trama de uma historia em um livro carregado de sentimentalismos baratos. Meu sentimentalismo sim é que é barato. Eu sofro.

Sou um organismo vivo em um corpo estranho, estou sendo atacado pelos anticorpos da humanidade. Preciso ter um fim.

Construo minha vida com muros de açúcar, muros imenso que gasto toda minha força pra fazê-los, mas de que adianta se no fim minhas lágrimas derreterão todo o muro. Um trabalho de uma vida jogado pelo ralo.

Sinto-me sem forças, incapaz e deslocado. Os sons a minha volta se tornam ruídos e me incomodam. Quero gritar, mas ninguém me ouve. Quero chorar mais não vai tirar de mim toda essa dor.

Dói-me o corpo a alma e o espírito. Preciso de um fim, não me importa mais qual, preciso muito de um fim.

-----------------------------------------------------[ Marllon Souza ]