segunda-feira, 13 de outubro de 2008

coração burro

enche enche enche
e transborda
como se fosse algo palpável
como se fosse vodka num copo de cristal
não, não é descartável
meu amor é assim
BURRO
como acho que sou
estou sempre voltando
voltando pra minha escuridão
que nunca sai de mim
eu insisto, saio dela
mas ela não sai de mim
e me embriaga
me inebria
é como se a lua desse as costas
é como se o sol fosse frio
é como se um projétil atingisse seu alvo
e o alvo é meu coração
das cores que aprendi
poucas ainda lembro
sei todas, mas não uso
o preto domina e é tudo
e eu volto sempre ao ponto que parei
que burro que sou, soluço dizendo
repito pra mim mesmo
essa foi a ultima vez
mas meu coração é BURRO
e sempre volta ao que era antes

O bobo

círculos, voltas e mais voltas
meu pensamento rodeia
minhas memórias, doídas
loucura da minha parte,
é só vontade de desabar
e se pó eu virar?
animadamente, me levando
e parece que estou deitado
parece que nem sequer existo
insisto nisso
insisto em pintar um pouco
o meu rosto, meu sangue
claro, ralo
vermelho, nas minha lágrimas
doce
e sinto que a cor me foge
tento guarda-la no meu coração
mas não é possível
meu coração todo furado deixa vazar toda cor
que consigo juntar
preciso de algo mais sólido
se a cor estiver mais sólida
só sei lidar com solidez
solidário, nem existe
mas sóbrio as vezes
se tirar um pouco da vodka
se tirar um pouco do meu sangue
talvez sóbrio ficarei
eu sei, sempre errei
e talvez nunca serei um rei
estou mais pra bobo da corte
com minhas essas cores
com essas cortes
cores pasteis
cores mortas, como estou
parado no meu pensamento
morto

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

supere-se

chega uma hora que da pau em tudo.
seu coração para, sua mente para ou acontece o contrário
ela ferve até suas idéias derreterem e se transformarem em lágrimas
e é mais uma parte do corpo que ta funcionando, seu canal lacrimal.
tem hora que chutar o balde é a única solução que você encontra
e ai?
você chuta?
não!
por que?
porque tem um monte de coisas pra pensar
e seu cérebro frita de novo.
ai são mais lágrimas
e seu olho funciona normalmente.
funciona tão bem que nem pra dormir ele fecha
e você quase se afoga nas lagrimas que o travesseiro
como brincadeira insiste em juntar até você não poder mais respirar
e sua cabeça roda como a água que entra pelo ralo
e a sua vontade agora é ir junto com a água.
e a sua vontade agora é de nada fazer
nada acontecer
nada
nada
nadar.
até onde? vai saber...
bate os braços sem porque.
bate os braço sem saber
bate forte no seu ser
no seu desespero
no seu desassossego
cego
ego
oh vida triste
pra onde istes?
és esse desnecessário caminhar sem fim
impossível saber o próximo passo
aço, ferro, agulha, ponta, faca
acaso sabe o que quero dizer?
rápido o segundos passam rápido
responda antes que o relógio te engula
responda antes que o relógio te engula
gula
como posso ser tão inconfesso?
eu confesso
é o fim